Estenose Aórtica: O que você precisa saber sobre esse diagnóstico?

A estenose aórtica é uma doença cardíaca caracterizada pelo estreitamento da válvula aórtica, dificultando a passagem do sangue do coração para o corpo. Essa condição pode levar a sintomas graves e, em casos avançados, requer tratamento cirúrgico ou por cateterismo.

O que é a Estenose Aórtica?

A válvula aórtica é responsável por controlar o fluxo de sangue do ventrículo esquerdo para a aorta. Com o tempo, ela pode se tornar rígida e calcificada, limitando sua abertura. Esse estreitamento obriga o coração a trabalhar mais para bombear sangue, o que pode levar a insuficiência cardíaca se não for tratado.

Causas mais comuns

  • Degeneração relacionada à idade: A principal causa é o envelhecimento, levando à calcificação da válvula.
  • Doença reumática: Inflamações causadas por febre reumática podem levar à estenose.
  • Válvula aórtica bicúspide congênita: Algumas pessoas nascem com uma válvula que tem apenas duas cúspides (em vez de três), aumentando o risco de estenose precoce.

Principais sintomas

A estenose aórtica pode ser assintomática por anos. Quando os sintomas aparecem, eles indicam que a doença já está avançada. Os principais são:

  • Falta de ar (dispneia)
  • Dor no peito (angina)
  • Tontura ou desmaios
  • Fadiga e fraqueza
  • Palpitações

Se um paciente apresenta esses sintomas, é essencial procurar um cardiologista imediatamente.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico é realizado por meio de exames que avaliam a função da válvula:

  • Ausculta cardíaca: Um sopro cardíaco pode indicar a doença.
  • Ecocardiograma Doppler: Exame principal para avaliar a gravidade da estenose.
  • Eletrocardiograma (ECG): Pode mostrar sinais de hipertrofia do ventrículo esquerdo.
  • Teste ergométrico: Útil para avaliar sintomas em pacientes assintomáticos.
  • Cateterismo cardíaco: Indicado em casos selecionados para confirmar a gravidade.

Opções de tratamento

O tratamento depende da gravidade da estenose.

  1. Acompanhamento clínico
    • Para casos leves ou assintomáticos, o monitoramento regular com ecocardiogramas pode ser suficiente.
  2. Troca valvar aórtica
    • Cirurgia de troca valvar convencional: A válvula doente é substituída por uma prótese mecânica ou biológica.
    • TAVI (Implante Transcateter de Válvula Aórtica): Procedimento minimamente invasivo, indicado para pacientes idosos ou de alto risco cirúrgico.
  3. Tratamento medicamentoso
    • Não resolve a estenose, mas pode aliviar sintomas, especialmente se houver insuficiência cardíaca associada.

Dicas para pacientes e profissionais da saúde

Para médicos generalistas:

  • Pacientes com sopro sistólico devem ser avaliados com ecocardiograma.
  • Em idosos com síncope, angina ou dispneia, considerar estenose aórtica como diagnóstico diferencial.
  • Encaminhar pacientes sintomáticos ou com estenose moderada a grave para avaliação especializada.

Para pacientes:

  • Se você tem mais de 65 anos, faça check-ups regulares com um cardiologista.
  • Não ignore sintomas como desmaios, dor no peito ou cansaço excessivo.
  • Após a troca valvar, siga as recomendações médicas sobre anticoagulação e acompanhamento.

Conclusão

A estenose aórtica é uma condição progressiva que pode ser fatal se não tratada adequadamente. O diagnóstico precoce e o encaminhamento para tratamento são essenciais para melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

Se você ou um familiar apresentam sintomas, procure um cardiologista para uma avaliação completa.

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Dr. Marcelo Kirschbaum
Cardiologista com formação pelo InCor-FMUSP, UNIFESP, Dante Pazzanese e UFBA. Atua com foco em doenças valvares, cardiologia geral e casos complexos no InCor e no Hospital Albert Einstein. Acredito em decisões médicas construídas com escuta, clareza e respeito — para que o paciente participe ativamente do próprio cuidado.
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Dr. Marcelo Kirschbaum
Cardiologista com formação pelo InCor-FMUSP, UNIFESP, Dante Pazzanese e UFBA. Atua com foco em doenças valvares, cardiologia geral e casos complexos no InCor e no Hospital Albert Einstein. Acredito em decisões médicas construídas com escuta, clareza e respeito — para que o paciente participe ativamente do próprio cuidado.

Gostou? Compartilhe:

  • Graduação em Medicina pela Universidade Federal da Bahia (UFBA)

  • Residência em Clínica Médica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)

  • Residência em Cardiologia pelo Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia

  • Especialização em Doenças das Válvulas Cardíacas pelo Instituto do Coração (InCor) da FMUSP

  • Título de Especialista em Cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e AMB

  • Médico da Unidade Clínica de Valvopatias do InCor-FMUSP

    • Atuação em ensino, pesquisa e cuidado direto de pacientes com doenças valvares

  • Corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein

    • Atendimento em pronto-socorro, internações e consultório ambulatorial

    • Atuação em duas unidades: Morumbi e Jardim Everest

  • Experiência com casos clínicos complexos, críticos e não críticos

    • Foco em segurança, precisão diagnóstica e acompanhamento longitudinal

    • Atenção especial à escuta ativa e construção conjunta das decisões de tratamento